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domingo, 29 de abril de 2012

ARDENTE DESEJO


ARDENTE DESEJO. capitulo I
Meu nome é Felipe, tenho 23 anos, pratico musculação, com 1,76 de altura e 72 kg, pele clara, cabelos curtos, lisos, castanhos claros, olhos cor de mel, me considero um cara bonito e atraente. Trabalho em um escritório de contabilidade, onde a mais ou menos dois meses, começou a trabalhar um cara lindo que mexeu muito comigo. Seu jeito másculo e sua pele bronzeada me atraíram muito, ele assim como eu também pratica musculação e tem um corpo maravilhoso, seu nome é Rodrigo e tem 25 anos de idade, por mais que eu quisesse e tentasse me aproximar, não conseguia, pois ele era bem na dele, quieto, de poucas palavras, e talvez faltasse oportunidade de aproximação por trabalharmos em setores diferentes do escritório.
Eu sempre fui discreto e jamais dei pinta que gosto de homem, o que me deixava perturbado é a forma como Rodrigo me olhava, era um olhar de desejo, no entanto isso não era uma certeza e eu não poderia me arriscar, precisava ser cauteloso e tomar todo cuidado possível para me aproximar e ganhar sua confiança e descobrir se estávamos na mesma sintonia.
Surge uma oportunidade de me aproximar de Rodrigo, o pessoal do escritório prepara uma surpresa para nossa colega de trabalho Gabi, que estava fazendo aniversário, compramos salgadinhos, refrigerantes e um bolo. Quando vejo Rodrigo comendo um pastelzinho, me aproximo e puxo papo.
         ¾   Estão ótimos esses salgadinhos heim?  
        ¾   Sim realmente estão ótimos – disse Rodrigo.
        ¾   Pensei que você comesse apenas sanduíche natural, e fosse inimigo de refrigerante – falei essas palavras com um sorriso bobo.
— Não é sempre que como alimentos que contém gordura, evito ao maxímo, para manter a boa forma, caso contrário não adiantaria de nada, treinar todos os dia na academia – enquanto ele falava, deslizava sua mão direita, sobre seu peitoral  até o abdômen, como se seu corpão fosse um troféu para si.
 — E você come de tudo? - perguntou ele.

FELIPE                — Não, não, procuro manter uma     alimentação saudável.

RODRIGO            — Faz tempo que você malha?

FELIPE                — Dez meses.

RODRIGO            — Huuum....

FELIPE                — Você pelo que vejo malha á bastante tempo.

Ficamos ali um bom tempo falando sobre musculação, até que mais pessoas do escritório se envolveram no papo.

Eu e Rodrigo aos poucos fomos ficando mais próximos e eu acabei tomando coragem e o convidei para sairmos numa sexta a noite, para minha surpresa ele aceitou de primeira, eu mal acreditava que iria ter a oportunidade de conhecer melhor o cara que despertava em mim um intenso desejo. Fiquei torcendo para que  Rodrigo viesse sozinho, fiquei pensando “vai que ele traz algum amigo para sair com a gente”. No horário combinado, ele chegou e para o meu alivio, não tinha mais ninguém além dele em seu carro, entrei no mesmo e o cumplimentei com aparto de mão, que por sinal eram quentes, um pensamento logo me ocorreu “se a mão é quente imagina o resto’’. Ele estava muito perfumado, que cheiro mais delicioso, tudo nele era perfeito, seus músculos definidos, seu sorriso, olhar marcante e misterioso, acho que era isso que mexia tanto comigo, ele era misterioso, de poucas palavras e seu quisesse conhecer-lo melhor teria que bancar o investigador e começar a perguntar sobre sua vida. Não tínhamos combinado nada em relação de onde iríamos, foi então que ele perguntou:
— Então aonde vamos?
 "Que você acha de irmos para um motel" pensei. No entanto eu disse:
       — Bem eu não tenho idéia – falei eu todo sem graça, e logo notei que ele era decidido, pois sugeriu que fossemos a um barzinho que às vezes ele costumava ir, e na tentativa de desenrolar uma conversa com ele perguntei se ele costuma ir sozinho.
— Ás vezes, pois acho ruim sair sozinho – disse ele.
Meio que por um impulso eu disse:
— Bom, se depender de mim, você não sairá mais sozinho – foi então que ele deu um sorriso tímido, em poucos minutos acho que eu já tinha perdido o controle e estava colocando tudo a perder. Rodrigo disse que antes de irmos ao barzinho, nós daríamos umas voltas pela cidade, pois dirigir lhe dava prazer, ele aumentou o som e estava tocando uma musica que curto muito “mister Jam ft. Ali Pierre & king tem – Walker’ um haver.” Como eu gostaria que aquele momento não tivesse fim, o que estava sentindo por ele não era apenas desejo, excitação, era algo que talvez nem eu mesmo sabia ao certo o que era, só sei que era bom demais. Logo que ele abaixou um pouco o som, fiz uma pergunta e fiquei com medo de sua resposta, perguntei se ele não namorava, não sei se ele talvez tivesse entendido errado minha pergunta, e respondeu que não, que curtia muito mais apenas ficar, que para rolar namoro tinha que ser uma pessoa muito especial e que mexesse muito com seus sentimentos. Quando ele disse “pessoa” até fiquei feliz,pois se ele curtisse mulher teria sido bem explicito, e usado o termo: garota, menina, mulher, ele porem usou “pessoa”. Foi então que me perguntei será que o Rodrigo assim como eu gosta de homem?

RODRIGO              — Prefere irmos de uma vez para o barzinho, ou daremos mais algumas voltas? As ruas estão bem movimentadas

FELIPE                 — Por mim tudo bem de darmos mais algumas voltas, eu gosto de ver o movimento, dos carros, as pessoas.... enfim.

RODRIGO              — Sendo assim.. – disse ele, olhando fixamente para o trânsito a nossa frente. 

Para mim, era muito mais conveniente estar ali no carro apenas nós dois, que estar em um lugar cheio de gente a nossa volta.  O perfume de Rodrigo estava estava tirando meu juízo. Quanto mais o tempo passava, mais eu me sentia atraído por aquele rapaz bonito, estiloso e cheio de mistério.

RODRIGO                — Faz quanto tempo que trabalha no escritório?

FELIPE                  — Dois anos, gosto muito de trabalhar lá e você o que me diz?

RODRIGO                ─ Estou gostando muito. Espero poder ficar por lá por um bom tempo.

       Foi maravilhoso  ouvir ele dizer que gostaria de ficar no escritório por um longo período. Reparei que seu celular começou a emitir luzes, uma mensagem tinha chegado, ele também viu, mas não pegou o aparelho para conferir, não pude ficar calado e disse:

FELIPE                 — Acho que você recebeu uma mensagem, não vai ler? – ele simplesmente disse que não.

Desconfiei que ele soubesse quem tinha enviado o torpedo, e pude notar em seu rosto certo desapontamento, então perguntei se estava tudo bem, ele disse que sim e porque não estaria? Acabei ficando um tanto quanto sem graça, eu mal o conhecia e já estava tomando uma posição de alguém intimo . Então depois de algumas voltas, chegamos ao barzinho, que até então tinha poucas pessoas, Rodrigo foi à frente e eu fui o acompanhando, sentamos em uma mesa que estava um pouco afastada das outras. Pensei “É impressão minha ou ele está querendo ficar mais a vontade comigo?” Sobre a mesa tinha o cardápio, Rodrigo o pegou e ficou ali olhando para o mesmo sem dizer nada, até que  me perguntou:

RODRIGO               — O que você gosta de beber?

FELIPE                  — Posso te acompanhar, não sendo vinho... a noite está quente, não seria uma boa escolha.

Rodrigo deu um sorrisinho e disse:

RODRIGO               — Como estou dirigindo, acho bom não tomar nada com álcool, mas você pode tomar que cuido de você.

     Cuidar de mim? Sim foi isso mesmo que ele disse,senti que Rodrigo estava se soltando, aos poucos, mas estava. Enquanto ele conferia as bebidas no menu, eu o observa,  como ele estava lindo, vestido com uma camiseta branca em gola “v” bem justa ao seu corpo malhado, ele nem imaginava o quanto me atraia, eu não conseguia parar de admirar tanta beleza. Depois de algum tempo olhando fixamente para o menu, Rodrigo olhou para mim e disse que já havia escolhido o suco, e que seria de maçã, então eu disse que queria o mesmo. Ele  começou me explicar o porque da sua escolha.

RODRIGO              — O suco de maçã é extremamente benéfico à saúde, devido à grande quantidade de antioxidantes. Existe um ditado na Inglaterra que diz:”Coma uma maçã por dia e você nunca precisará visitar o médico”. O suco pode ser consumido puro ou associado à cenoura, beterraba e aipo, aumentando o poder desintoxicante e alcalinizando o PH do sangue.

FELIPE                  ─ Você leva realmente a serio, a alimentação saudável. Deveria ter estudado Nutrição ou Educação Física, tem bem mais haver contigo.

RODRIGO               — Eu gosto muito da profissão que escolhi, apenas leio bastante sobre os assuntos relacionados com a saúde e bem estar.

FELIPE                 —Você deve fazer um imenso sucesso com a mulherada.

Antes que ele falasse alguma coisa, o garçom chegou com os nossos sucos e logo que o mesmo se retirou, Rodrigo voltou ao assunto.

RODRIGO     Nem é assim também, Felipe. Sou  um cara tranquilo, prefiro estar sozinho que mal acompanhado.

                       E mais umas vez ele não respondeu o que eu realmente gostaria de saber. Seu celular novamente acusou o recebimento de uma mensagem e desta vez ele conferiu a mesma e notei que a expressão de seu rosto mudou. Então Rodrigo colocou o aparelho celular sobre a mesa e não disse mais uma palavra e eu também não sabia o que dizer, ficando calado, foi então que a pessoa que tinha enviado as mensagens, sem obter resposta resolveu ligar para o bonitão, que educadamente me pediu licencia e foi atender a ligação em um lugar afastado e sem ninguém por perto no barzinho. Claro que eu gostaria de ouvir a conversa, mas era impossível, apenas conseguia ver que Rodrigo não estava gostando do que ouvia. Então pensei que deveria ser alguém com quem ele mantinha algum relacionamento.

  Rodrigo desligou o celular irritado e voltou a mesa, parecia estar bem chateado, não me contive e perguntei:

FELIPE          — Aconteceu algo?

RODRIGO       — Não, está tudo bem.

FELIPE          — Sei que não tenho o direito, nem nos conhecemos a tanto tempo, mas se quiser desabafar pode contar comigo, desejo muito ser um amigo no qual você possa confiar.

RODRIGO        — Eu confio em você, e estou curtindo muito a sua companhia.

FELIPE           — Sendo assim,começa a falar que sou todo ouvidos.
....................CONTINUA!!!!

ARDENTE DESEJO

                         Capitulo II


    Rodrigo se fecha completamente e não diz uma palavra, percebendo que estava sendo inconveniente, peço desculpas por estar invadindo sua intimidade.
— Você não esta sendo inconveniente, não pense isso, esse é meu jeito, como já percebeu sou de poucas palavras e falar da minha vida pessoal então, é algo que ao longo desses 25 anos eu não aprendi— disse Rodrigo olhando em meus olhos.
Eu tenho isso de achar que posso ajudar todos, dar conselhos, enfim gosto de ouvir as pessoas, por isso te digo, que se um dia quiser conversar sobre isso que esta te afligindo, estarei sempre disposto a ouvi–ló —  disse eu.
Senti que Rodrigo, estava sendo carinhoso comigo, pois me pareceu preocupado em não me ofender. Perdi completamente o meu foco, que era saber se tinha alguma chance, com aquele rapaz lindo,que despertava em mim um ardente desejo, que a qualquer momento me faria perder a cabeça. Ele me olhava de uma forma que me deixava desconsertado, me deixando quase convencido que ele estava afim de mim. Com fome, sugeri a ele que Pedíssemos algo para comer, foi ai que indiquei um petisco que gosto muito, iscas de pernil, Rodrigo consentiu, parece ate que foi para me agradar. Esqueci completamente de tudo a nossa volta, era como se existisse somente eu e ele, então vi que o barzinho estava, cheio sem lugares disponíveis, a maioria das pessoas presentes eram casais.
— Eu não conhecia esse lugar, pelo que estou vendo é frequentado mais por casais, olha aquele casal a sua direita, o rapaz de preto com uma moça de vermelho, casal bonito— eu disse.
       — Sim, casal bonito mesmo— concordou Rodrigo.
Com essa resposta, me convenci de que Rodrigo não era hetero, que era bem provável que já tinha mantido relacionamento gay, mas tudo era suposição ainda não tinha certeza de nada. Eu precisava aprofundar no assunto e assim conseguir que Rodrigo dissesse algo que me desse à certeza de sua orientação sexual.
       — Já veio aqui com alguma namorada não é? Estou convicto que este local e frequentado mais por casais — perguntei.

Rodrigo hesitou um pouco em responder, eu acreditava que agora teria uma resposta que poderia tirar minha duvida.
      
       —Sim, algumas vezes com alguém especial e outras com amigos mesmo— respondeu ele.
Alguém especial? Porque não dizer com alguma garota? Os termos que Rodrigo usava estavam deixando bem claro para mim que ele não curtia mulher. Vontade de partir para o ataque não me faltava, porém não era o momento de chegar ao meu objetivo.
      
       —Que tipo de pessoa especial seria?─ indaguei.
       — Pessoa especial.... é aquela que tive algum envolvimento, sentimental ou até mesmo só sexo — respondeu Rodrigo, com um sorriso sem graça.

A cada tentativa um fracasso, Rodrigo não facilitava as coisas. Em minha cabeça muitas perguntas querendo respostas, porém elas dependiam exclusivamente dele. Quem tinha enviado os torpedos e ligado para ele, seria uma ex-namorada? Um ex-namorado? Apesar de ter muitos casais, havia uma mesa não muito afastada da nossa com quatro lindas moças, eu ficava reparando se Rodrigo olhava para elas, que não tiravam os olhos de nós.
       — Quatro gatas na mesa ao lado, você viu? — provoquei.
       — Notei sim, uma mais linda que a outra, já escolheu a sua? — disse ele com tom de ironia.
Rodrigo estava tirando onda da minha cara, pois quando terminou a frase deu uma gargalhada. Pelo visto ele já tinha sacado do que eu gostava. Mas para por fim as duvidas insisti.
       — Ainda não decidi, estou em duvida, todas são muito atraentes e você gostou de alguma?
       — Na verdade Felipe ,aceitei seu convite para que pudéssemos nos conhecer melhor, até porque no escritório não temos essa oportunidade e assim jamais passaremos de colegas de trabalho. Quero que sejamos verdadeiros amigos— falou Rodrigo.
       Ele pareceu sincero, mas ao contrario dele eu queria bem mais que sua amizade, queria ele por completo só para mim, era impossível não imaginar aquele corpão todo despido sobre o meu, eu imaginava cada detalhe, o calor de seu corpo, seu cheiro, o gosto de seus lábios. A imagem de nos dois entregues ao prazer não me saia da cabeça, esse era o meu ardente desejo, estar com ele em uma cama, sendo um do outro, poder percorrer cada milímetro de seu maravilhoso corpo com minha boca. Decidi dar um tempo ao meu desejo, conversamos bastante naquela noite, no entanto Rodrigo não tocou em nenhum assunto pessoal, as horas passaram que nem vi. O barzinho já não estava mais lotado de clientes a maioria já tinha ido embora. Rodrigo disse que estava cansado e perguntou se eu queria ir embora, eu disse que por mim estava tudo bem. Pagamos a conta e a caminho do carro ele diz:
       — Gostou?
       — Gostei e muito, de tudo, principalmente da companhia — respondi, dando um soquinho em seu ombro.
       — Então voltaremos mais vezes, o que acha? — perguntou Rodrigo.
       — Acho uma excelente ideia. Você falando assim, me faz acreditar que seremos amigos realmente — disse eu todo feliz.
       — Pode ter certeza que sim— disse ele.
      
Chegamos até o carro, dei uma olhada em direção ao barzinho e pensei o quanto foi bom estar ali por algumas horas em uma companhia tão especial. No carro a caminho de minha casa sugeri a Rodrigo que em uma próxima oportunidade deveríamos ir a uma balada, perguntei se ele dançava e ele respondeu que sim e que gostava muito. Por mais que eu tentei, saber mais sobre ele, pouco consegui, pois ele não falou nada em relação a sua família, amigos e naquele momento, eu torcia para que ele não tivesse amigos, para que assim eu fosse sua única companhia.
      
       —Vou adorar ir a uma balada com você, tenho certeza que iremos nos divertir muito. Como dessa vez, foi eu quem escolheu onde iríamos, é mais do que justo, você escolher o lugar da próxima vez que sairmos. Sabe de algum lugar bom, onde tenha boa musica e gente bonita? — Rodrigo falou.
       — Conheço uma boate ótima — respondi.
       — Òtimo! Iremos nela então — disse ele atento ao transito.
      Minha duvida era se ele iria gostar, pois estava meus planos era leva-lo em uma boate gls. Depois de tantas perguntas sem respostas e ele sempre se esquivando, já estava com a certeza de que Rodrigo não era hetero, pelo menos naquele momento. Quem tinha ligado para ele? Isso também era mais uma pergunta sem resposta.
Rodrigo ligou o som alto do carro, seria impossível conversar com aquele volume todo, provavelmente ele não queria que eu fizesse mais perguntas, eu até então não tinha noção de onde e com quem ele morava, então me veio a ideia de convida-lo para dormir em meu apartamento, já que ele havia dito que estava cansado, seria arriscado ele dirigir sozinho nesse estado, poderia acabar dormindo no volante e sofrer um acidente, seria esse argumento que eu usaria para convence-lo a passar a noite comigo, que dizer em meu AP. Rodrigo olha para mim varias vezes, eu queria saber o que estava passando em sua cabeça,era notável que estava gostando da minha companhia e eu claro adorando cada minuto ao seu lado. Então ele abaixa o som e volta a conversar.
—As vezes ate parece que já nos conhecemos a muito tempo. Gostaria de ter tido a chance de conhecer bem mais antes.
— E imaginar que já faz um certo tempo que você esta no escritório. Sempre tive vontade de fazer amizade com você, mas faltava oportunidade— falei.
— Sempre fui de poucos amigos, porem sei valorizar os poucos que consigo fazer. No escritório mesmo, você até agora é a única pessoa que vejo como um amigo, o restante são apenas colegas de trabalho— disse ele.
Rodrigo estava destacando demais a amizade, pelo visto estava me vendo mesmo como um amigo. Chegamos em frente ao meu prédio, já não havia mais movimento, pouquíssimos veículos passavam por ali naquele momento.
— Bom Felipe, esta entregue.
— Eu sim, mas você havia falado que estava cansado,tem certeza que pode dirigir, não corre risco de acabar dormindo? Pode dormir em casa— disse eu, torcendo para que ele aceitasse minha sugestão.
Rodrigo sorriu e disse que estava bem disposto, que não tinha menor chance dele dormir ao volante, e que não iria me incomodar. O meu desejo era de não descer do carro, de não permitir que ele fosse embora, queria leva-lo comigo para o meu quarto, para minha cama, tirar cada peça de roupa do seu corpo e depois de muito prazer dormir com nossos corpos colados um ao outro. Expliquei a ele que eu morava sozinho e que não seria nenhum incômodo receber ele em minha casa.
— Eu, contrario de você não moro sozinho— disse ele sorrindo.      
— Não? E mora como quem?
— Com minha mãe. Tenho um irmão mais velho que eu, ele se casou a pouco mais de um ano, e se mudou para outra cidade,quando surgiu uma melhor oportunidade de trabalho— explicou Rodrigo.
Depois de tantas horas juntos, pela primeira vez Rodrigo revelou algo sobre sua vida familiar,era bem visível pelo seu tom de voz que sua mãe era muito querida e que ele tinha um zelo muito grande para com ela.
— Há quase dois anos que resolvi morar sozinho, queria a minha independência, e meus pais me deram todo apoio, mesmo sendo filho único, acabaram acatando meu desejo de morar sozinho. Não quer mesmo subir, pelo menos para conhecer onde me escondo —  disse eu rindo.
— Prometo que em outra oportunidade conhecerei seu apartamento, porem hoje não é possível mesmo. Preciso ir.
— Tudo bem, não irei insistir , mas espero uma visita sua— falei um tanto quanto desapontado.
—Combinado.
Desci do carro e fiquei olhando Rodrigo partir. Já na sala do meu apartamento, sentei no meu sofá e fiquei por um tempo pensando sobre tudo o que conversamos e a forma como ele me olhava. Cansado eu precisava de um banho para ir pra cama. Tomando meu banho fiquei imaginando como seria maravilhoso ter Rodrigo ali comigo,não era apenas o desejo, mas eu estava apaixonado perdidamente por ele. Uma ideia surgiu, será que ele tinha ido mesmo para casa? Quem sabe ele tinha marcado algo com a pessoa que havia ligado para ele antes quando estávamos no barzinho.Sai do banho e segui para o meu quarto e como de costume fui conferir meu celular, se não tinha alguma mensagem ou ligação, e para minha surpresa tinha sim uma nova mensagem, era de Rodrigo o dono de todos os meus pensamentos e desejo ardente, eram essa as palavras na mensagem:”Tenha uma ótima noite, obrigado pela sua amizade. Abraço”. Me perguntei se era mesmo amizade o que ele queria de mim, pois a forma como me olhava era tão instigante, por alguns momentos parecia que me deseja igual eu o desejava. Depois de já estar deitado, resolvi responder seu torpedo dizendo na mensagem: “Boa noite, gosto muito de você. Forte abraço.” Fiquei pensando se ele estava dormindo, se pensava em mim, e por fim se estava mesmo em sua casa, algo me dizia que não, ele tinha ido para outro lugar qualquer, menos sua casa, um sentimento me invadiu, era ciúmes, não me saia da mente a imagem de Rodrigo nos braços de outra pessoa.
Rodrigo era o tipo de homem que eu sempre quis conhecer, e ter ao meu lado para poder amar, tive poucas experiências, quando tinha dezoito anos de idade namorei uma garota, um namoro que durou sete meses,mas nesse mesmo período conheci Matheus um cara que me fez sentir um prazer, que eu não sentia com Thais, minha namorada, foi com ele que rolou meu primeiro beijo gay, minha primeira transa com um cara, ficamos juntos por quase dois anos, ele precisou se mudar o que fez nós seguir caminhos opostos, depois de Matheus é claro que conheci outros caras,fiz sexo por sexo muitas vezes, mas não era isso que eu queria, porque era essa a imagem que eu tinha de todo gay, que eram pessoas em busca de sexo, apenas sexo, e com Rodrigo era diferente não queria apenas ir para cama com ele, queria ele comigo todos os dias, no entanto eu tinha que saber o que realmente Rodrigo curtia, se era homens, mulheres  ou os dois, queria entender porque ele se esquivava do assunto relacionamento e em nenhum momento se referiu aos seus relacionamentos revelando o sexo deles, eu precisava de uma resposta e estava disposto a obtela.